Santa Mônica, nasceu de uma família cristã, em Tagaste, África, no ano de 332. Desde que se casou com Patrício, aos 20 anos de idade, sempre teve uma grande preocupação: levar toda a família à santidade.
Suportou com modéstia, suavidade e recato o mau gênio, o temperamento violento e até mesmo as traições de seu esposo, conseguindo assim que se convertesse.
Este faleceu um ano depois de receber as águas purificadoras do santo Batismo.
A grande preocupação de sua vida era seu primogênito, Agostinho. Os dois filhos mais novos já se haviam feito católicos e seguiam o caminho da virtude. Mas Agostinho, extraordinariamente inteligente, era rebelde e caprichoso, não se preocupando com a prática do bem.
O pai o havia mandado estudar filosofia, literatura e oratória em Cartago. Lá, só lhe interessava obter boas notas, brilhar em festas sociais e sobressair-se nos exercícios físicos.
Quando morreu o pai, Agostinho tinha 17 anos e começaram a chegar a Mônica más notícias, cada vez mais graves, acerca de seu comportamento. O jovem havia se entregado ao jogo, à vida dissoluta e, pior de tudo, tinha se tornado membro da seita maniqueísta.
A aflita mãe redobrou as orações e a vigilância para com aquele que não dava o menor sinal de arrependimento e ainda demoraria muitos anos para converter-se.
Uma noite ela teve um sonho que lhe deu muito alento. Viu-se num bosque, chorando pela perda espiritual de seu filho, quando se aproximou dela um personagem luminoso e resplandecente, que lhe disse: “Teu filho voltará para ti”.
Este sonho, reforçando em seu espírito as confortadoras palavras do bispo, deu-lhe grande ânimo na luta sem tréguas pela conversão do filho.
Já doutor, aos 29 anos, Agostinho decidiu mudar-se para Roma, terra de seus sonhos, para lá exercer o magistério. Era pai de um menino, Adeodato, com cuja mãe vivia sem nenhuma intenção de casar-se.
Santa Mônica se dispôs a acompanhá-lo, desejosa de ajudá-lo a livrar-se das desordens morais que retardavam cada dia mais sua conversão. Chegando ao porto, este utilizou-se de um estratagema para livrar-se de sua companhia. Enquanto a mãe rezava na Igreja de São Cipriano, ele disse que iria visitar um amigo e embarcou sem ela. Mais tarde, Santo Agostinho declarou em suas “Confissões” (V-8): “Nessa noite parti ocultamente, enquanto ela ficou orando e derramando lágrimas por mim.”
Mas Mônica não era mulher para deixar-se derrotar tão facilmente. Algum tempo depois, embarcou também para Roma, ao encalço do filho. Não o encontrou ali, pois ele havia ido a Milão.
Chegando a esta cidade, teve a alegria de ouvir da boca do próprio Agostinho que este havia deixado a heresia maniqueísta. Todavia, ainda não tinha abraçado o Catolicismo.
A santa mulher, com redobrada confiança, teve a certeza de que isso se daria antes de sua morte. E, cheia de gratidão, foi pedir conselho e auxílio a Santo Ambrósio, grande bispo de Milão, cujos sermões seu filho havia assistido e de quem havia se tornado grande admirador.
Pouco tempo depois, Agostinho mandou a mãe de Adeodato de volta para a África, com a intenção de casar-se com uma moça romana.
O futuro Doutor da Igreja fizera uma análise de sua vida e, chorando perguntava-se: “Por quanto tempo, por quanto tempo andarei a clamar: Amanhã, amanhã? Por que não há de ser agora? Por que o termo das minhas torpezas não há de vir já, nesta hora?” (“Confissões” VIII-12).
De repente começou a ouvir a voz de uma criança, vinda de uma casa próxima, que repetia sem cessar: “Toma e lê; toma e lê”. Julgou tratar-se de algum jogo infantil, mas nunca havia ouvido tal cantiga. Intrigado, lembrou-se de que Santo Antão havia se convertido lendo aleatoriamente um trecho do Evangelho que lhe valeu como uma advertência do Céu.
Pressuroso, tomou o livro das Epístolas de São Paulo, decidido a ler o primeiro capítulo que encontrasse. Abriu ao acaso e leu: “Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites.” (Rom. 13, 13).
Era o mês de agosto de 386. Contando com a valiosa ajuda de Santo Ambrósio e movendo os Céus com suas lágrimas e orações, Santa Mônica teve, afinal, a ventura de ver o filho convertido.
Decidido a manter-se celibatário a partir de então, Santo Agostinho fez um retiro espiritual preparando-se para receber o Batismo, juntamente com Adeodato, seu filho, e alguns amigos catecúmenos.
Na Páscoa de 387, de volta a Milão, Santo Agostinho e seus amigos foram batizados por Santo Ambrósio.
Decidindo voltar para a África, dirigiu-se com sua mãe para o porto de Óstia, onde embarcariam. Estando mãe e filho sozinhos, conversavam apoiados a uma janela cuja vista dava para o jardim interior da casa onde se hospedavam, discorrendo sobre as mais altas cogitações, buscando a Verdade, a vida eterna dos santos, que nenhum olho humano viu, ou ouvido humano ouviu, ou nunca penetrou o coração do homem. Neste colóquio intensamente sobrenatural, entraram os dois em êxtase.
Ao final dessa conversa, Santa Mônica disse as seguintes palavras, que Santo Agostinho eternizou em suas “Confissões” (IX-11): “Meu filho, quanto a mim, já nenhuma coisa me dá gosto, nesta vida. Não sei o que faço ainda aqui, nem por que ainda cá esteja, esvanecidas já as esperanças deste mundo. Por um só motivo desejava prolongar um pouco mais a vida: ver-te católico antes de morrer. Deus concedeu-me esta graça pois vejo que já desprezas a felicidade terrena para servires ao Senhor. Que faço eu, pois, aqui?”
Era a despedida deste mundo daquela extremosa mãe. Cinco dias depois, acometeu-a então uma febre que a levaria à morte. Totalmente desapegada de tudo e feliz por ver sua família inteira dentro da Igreja que tanto amava, Santa Mônica expressou assim seu último desejo aos seus filhos: “Enterrai este corpo em qualquer parte e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que vos lembreis de mim diante do altar do Senhor, onde quer que estejais.” (Confissões; IX-11)
Ao cabo de 9 dias, partiu para a eternidade, aos 55 anos de idade. Modelo de esposa e mãe cristã, proclamada pela Igreja padroeira das mulheres casadas, Santa Mônica, ao longo dos séculos, tem ajudado na conversão das famílias de milhares de mães e esposas que se encomendaram a ela.
Fica para nós um modelo de mãe que soube estar junto de seu filho a cada momento, nunca deixando de pedir a Deus por ele. De seus sofrimentos e suas lágrimas dependeu a salvação do grande Doutor da Igreja. Este deixou para os séculos futuros as seguintes palavras de gratidão e reconhecimento a sua tão querida mãe: “Pela carne, me concebeu para a vida temporal, e pelo coração me fez nascer para a eterna.” (“Confissões” ; IX-8)
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